segunda-feira, 7 de novembro de 2011

EM HOMENAGEM A MINHA PROFESSORA, VOU COLOCAR 3 DE SEUS POEMAS FEITO QUANDO ADOLESCENTE! Este é a segunda!


Inspiração

Torno a afligir-me com a aquela sensação
Que no dia de hoje,
Dourados e luminosos raios
Verteram-se em prata de trovão.

Considero o verdadeiro motivo
De cortantes lágrimas
Usurparem o lugar de um sorriso.

Reconheço que por vezes pareço
Viver de recordações,
Das septações
Que, por mais que eu tente, não esqueço.

Quando penso que encontrei,
Vejo que perdi.
Quando suponho que recuperei,
Aí vejo que o meu lugar não é estar aqui.

Esta aflição apodera-se do meu peito
E penalizo-me por um dia ter magoado,
Por não ter amado direito.

Reflito se há porquê
Para tamanha severidade.
De preferir duvidar a garantir,
De dar por um sonho a realidade.

Agora, olho para o que fiz
Desprezei o amor de quem prometia,
Um dia, fazer-me feliz.

Entretanto de que me adianta questionar
Por que abandonei, por que suspeitei,
Por que sonhei, por que troquei,
Por que errei?

Simplesmente porque me encantei
Quando não consegui dar-te
Nem sequer um sorriso,
Mas tu deixaste-me o teu.

Quando ninguém se lembrou,
Mas tu te preocupaste.
Quando me alegrei,
Tal felicidade duplicaste.

Porém também foste tu
Quem dividiu o entristecer
Quando angústia e melancolia
Tomaram parte do meu ser.

Neste instante,
Transcrevo numa septena
A fim de tentar transparecer
O que tive de reconhecer.
Se passar a ideia de ser sensitiva,
Na verdade, é de um olhar teu
Que minha alma mais precisa.

Julgo que num certo dia confundi
Simpatia com um olhar
Palavras amigas com emoções sentidas,
Páginas vividas com músicas ouvidas.

Por tamanha ilusão,
Entendi que não posso andar
Com os pés fora do chão
E que por mais que eu diga
Que foi em perturbação,
Na verdade, foi num raio de Sol
Que encontrei inspiração...





Beatriz Moraes de Abreu
                                    (numa noite de insônia)

14/ Setembro/2007; o3h: 16 min

Nenhum comentário:

Postar um comentário